sábado, 20 de novembro de 2010

20 de novembro, uma data para reflexão

José Mendes Ferreira, o Adelabú III
Rei Negro do Brasil, Obá Sobá Geleju Adelabú III, José Mendes , que nasceu em União dos Palmares e é tataraneto de Zumbi dos Palmares. José Mendes é Adelabú III, porque o Adelabú II, que é o seu tio, é rei na Nigéria.
José Mendes Ferreira, é advogado, sociólogo, antropólogo e professor de história na USP.
A Semana da Consciência Negra (16/11 a 19/11) no Centro de Convivência do PAMB-Prédio dos Ambulatórios do Hospital das Clínicas-SP, que ontem contou com a presença de Adelabú III.
Uma data para reflexão
O Dia da Consciência Negra é uma data para a reflexão de todos nós brasileiros. Durante o período da escravidão, os negros sofreram inúmeras injustiças. E ás custas do seu sofrimento nas senzalas, nos campos e nas cidades, foi erguido tudo o que havia no Brasil daquela época. Os negros resistiram de diversas formas, nas muitas revoltas, fugas e com a formação de quilombos em várias partes do país. Assim, surgiu o Quilombo dos Palmares e o seu sonho de liberdade, que teve como principal líder Zumbi.
Zumbi dos Palmares
Veio a Abolição em 1888, o Brasil mudou e hoje é uma das maiores economias do mundo. No entanto, os negros continuaram em situação de desigualdade, ocupando as funções menos qualificadas no mercado de trabalho, sem acesso às terras ancestralmente ocupadas no campo, e na condição de maiores agentes e vítimas da violência nas periferias das grandes cidades.
Sua luta, inspirada em Zumbi e em outros heróis negros que tombaram ao longo do caminho, precisava continuar.
Zumbi foi morto em 20 de novembro de 1695, e seu corpo foi exibido em praça pública para semear o medo entre os escravos e impedir novas revoltas e fugas. Mas o efeito foi oposto, despertando em muitos a consciência de que era preciso lutar contra a escravidão e as desigualdades, como Zumbi ousou fazer.
A memória deste herói nacional, no Dia da Consciência Negra, nos compromete com a construção de uma sociedade na qual todos tenham não apenas a igualdade formal dos direitos, mas a igualdade real das oportunidades.


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